terça-feira, 17 de outubro de 2017

NADA MAIS QUE A OBRIGAÇÃO.


 “Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Foi  o que Jesus disse as discípulos ao falar de como deveriam se sentir por terem feito aquilo que era sua obrigação. O que se espera de um gestor público? Honestidade, seriedade no trato da coisa pública, compromisso com a população da cidade que lhe conferiu o mandato e transparência em suas ações. Então, por exemplo, o gestor que paga os funcionários em dia faz algo de extraordinário? Não! Nada mais do que aquilo que se comprometeu a fazer e que é obrigação devido a sua função. 

Da mesma forma o empresário que paga seu funcionário nada mais faz que cumprir com o contrato de trabalho, assim como o funcionário que dá seu expediente com zelo e responsabilidade nada faz de extraordinário.

É fato que no Brasil temos muito mais exemplos de péssimos gestores do que de bons, por isso aqueles que cumprem com o que é ordinário parecem extraordinários. Venturosa tem um gestor competente, inteligente e experiente, isso é fato. Devemos então ajoelhar e agradecer a Deus por isso? Acho um exagero. O normal é que se reconheça as qualidades do gestor mas não se esqueça das outras cláusulas do contrato que foi sacramentado pelo voto da maioria.

É triste ver que mais uma vez o página oficial do poder municipal, que devia ser exclusivamente informativa e objetiva, um canal para o acesso dos serviços prestados pelo executivo, aloja em seu espaço críticas veladas aos cidadãos que cobram ações ou lembram de que ainda há muito o que ser feito.

Diz a notícia, quase um editorial, :” Administrar um município é mais que ter boas intenções, é mais que usar frases de efeito e falas bonitas nas redes sociais, vai muito além de críticas imaturas e infundadas”. Claro que administrar é ter mais que boas intenções, quem discorda de uma verdade tão óbvia? Ninguém. Mas aos cidadãos que não administram cabem a esperança, as boas intenções, o zelo pelo que é público porque sai dos impostos pagos por eles e a criticidade para vigiar as ações dos eleitos. Isso é típico das democracias. Agora, administrar vai muito além de querer desacreditar os que exercem sua cidadania. Seria esse um claro sinal de imaturidade ou a falta de costume de lidar com forças políticas jovens e organizadas que não se sujeitam a orbitar o poder ou torcer por suas falhas?

São questionamentos que faço e torno públicos sem tecer críticas pessoais a ninguém. Não quero jamais tratar de opinar sobre pessoas, minha ação é no campo das ideias, são elas que transformam o mundo e são elas que gestam boas ou más ações.


Talvez as falas bonitas incomodem não por serem bonitas, mas por trazerem verdades inconvenientes. Como falei antes, nas redes sociais existem críticas justas e injustas (já sofri ataques passionais e despropositados de muitos exaltados políticos ou ideológicos para saber disso), mas um governo mostra sua capacidade nas ações e no trato com os munícipes, na gestão dos recursos e nas saídas criativas que encontra para superação dos problemas vivenciados. 

Grandes obras, como a possível construção de uma nova barragem, será mérito do gestor e de sua equipe, faz parte do esforço e da saída criativa para superação de problemas, agora empregar recursos federais ou estaduais como se manda a lei, cumprir com responsabilidades fiscais e orçamentárias não tem nada de extraordinário. É apenas cumprir com a obrigação.

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