quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O vermelho não vai acabar e quem vota no verde não está sendo dominado por ninguém. Uma reflexão sobre a política municipal

UMA REFLEXÃO SOBRE A POLÍTICA MUNICIAL

Nessa campanha eleitoral optei por não me ligar a nenhum partido em Venturosa. Foram várias razões que me levaram a essa decisão e digo a vocês: tem sido um grande aprendizado. As pessoas dizem que quem está de fora do jogo vê melhor as jogadas, não sei se é verdade, mas sem a paixão típica que uma campanha desperta em nós, a percepção dos acontecimentos é um pouco diferente.

Na última campanha fui um dos articuladores do grupo vermelho. Discursei em palanque defendendo o que acreditei ser o correto e o melhor naquele momento. Hoje, por não estar no meio do processo, tenho recebido críticas de partidários mais exaltados, mas não culpo os candidatos do grupo por isso. Geralmente as pessoas projetam expectativas em nós, e quando essas não são correspondidas vem a frustração e a agressividade.

Quatro anos atrás, quando optei por votar em José Lemos e Donizete, fui vítima de ataques anônimos de uma covardia tamanha que até então eu desconhecia na rede social. Cada eleição tem uma história e nos traz um aprendizado.

Nem verde nem vermelho, sou cidadão de Venturosa. Quero o bem da cidade e espero que o próximo gestor, independente de quem seja, faça um bom governo e priorize os serviços de saúde e educação, não desprezando as áreas rurais e o incentivo aos produtores. E por desejar o bem da cidade, também desejo a superação dessa forma de fazer política.

De um lado há um misto de prepotência e favoritismo, decretando o fim dos seus opositores. “Vermelho acabou-se”! Não, o vermelho tá vivo e de pé apesar de tudo. O partido foi mais vítima de seus caciques que de seus eleitores. Quem vota no vermelho não quer o mal para Venturosa, não quer saquear a prefeitura nem está compromissado com o atraso. O eleitor do vermelho tem suas preferências e está fazendo o seu papel democrático de apresentar uma alternativa para Venturosa.

Do outro lado o discurso dos livres contra os comandados pelos coronéis. É um erro achar que quem vota no verde e amarelo faz parte de um curral eleitoral segurado pelo cabresto. O eleitor desse partido aprovou um modelo de gestão e quer sua continuidade. Se esse modelo ainda pode corresponder as expectativas só o tempo há de dizer.

Observo que o tempo desperdiçado com ataques mútuos tira do foco o que deveria importar para a escolha do próximo prefeito: seu plano de governo e a viabilidade dele para Venturosa. Os dois candidatos esboçaram sua visão nesse blog. Na ocasião não toquei em temas polêmicos porque o objetivo era conhecer suas propostas para a cidade e não gerar munição para uma guerra entre grupos. Os dois foram tratados com igual respeito e isso foi possível justamente porque eu não estou vinculado a nenhum partido.

O vermelho não vai acabar e deve passar por um necessário processo de renovação de seu quadro de candidatos e ver surgir novas lideranças. O verde não é unanimidade nem é o único partido que quer o bem de Venturosa. Nos dois grupos existem pessoas de bem, que desejam o melhor para a cidade, como nos dois grupos também existem pessoas marcadas pela velha política, com uma mentalidade atrasada e que perde espaço nesses novos tempos.

Mas os políticos só vão mudar se os eleitores os forçarem a fazer isso. O poder emana do povo, deve servi-lo e para ele retornar. Devemos aprender isso e praticar o respeito mútuo, aceitando a natural divergência de ideias que marca a política municipal, estadual e federal.

Mais que cores a cidade precisa de cidadãos conscientes.


Pensem nisso.

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